Michael fazendo um post sobre o Arsenal. Esse mundo deve estar acabando mesmo. Não vou prometer nada, mas quero voltar a escrever diariamente por aqui. É difícil, não vou te enganar, tenho serviço, tenho vida, tenho preguiça, tenho imbróglios com ônibus, metrôs e mundo, mas quero tentar.
Se você não sabe, a temporada do campeonato inglês terminou. Duvido que você não saiba, mas tudo bem, eu vou fingir, pois o backspace está muito longe, vou ter que apertá-lo várias vezes e ter que pensar em um novo jeito de iniciar o parágrafo. Apesar de que acho que poderia ter escrito coisas muito mais interessantes nesse meio tempo em que fiquei justificando minha frase errônea. Paciência.
Vamos ao que interessa: falar mal do Arsenal. Êêêê!
Mentira, eu não quero falar mal do Arsenal. Quero fazer uma análise louca que ainda não vi pelo resto dos blogs; sobre a derrota de Arsène Wenger.
– Mas, Michael, como assim derrota de Arsène Wenger? Ficamos na terceira colocação, não vencemos nada, mas o time foi relativamente bem. Você é muito crítico, blábláblá, mimimi, e coisas do tipo – diz o leitor inexistente desse blog.
Gostei do Arsenal nessa temporada. O time, apesar do mau começo, se desenvolveu muito bem a partir da chegada dos novos jogadores, conseguiu criar um novo padrão de jogo a partir de uma mudança crítica de seu meio-campo e competiu. E venceu jogos importantes. Mas esse Arsenal não é o mesmo time da filosofia Arsène Wenger. Não é a equipe dos jovens que cresceriam juntos sob o comando de Cesc Fàbregas, até mesmo pela saída do meia espanhol. É uma equipe normal da Premier League. Uma equipe quase sem brilho, eficiente, que consegue imprimir um bom padrão de jogo, apesar de todos seus problemas.
Quando Arteta, Benayoun, André Santos e Mertersacker chegaram no último dia de transferências, percebi que Wenger havia desistido de sua filosofia. Não sei se essa foi uma decisão do técnico ou da diretoria, mas, após a derrota vergonhosa para o United, nós largamos o time jovem e passamos a apostar em jogadores medianos, porém experientes, para acertarem a equipe.
Sempre fui defensor da mescla entre jovens talentos, craques e jogadores medianos para se formar uma equipe. Nada em demasia funciona. Olhe para os galácticos do Real Madrid. Não venceram muita coisa, mesmo com Ronaldo, Zidane, Roberto Carlos e Cia abrilhantando o time. O Arsenal dos últimos anos, mesmo cheio de incríveis promessas, jogadores com futuros brilhantes, não conseguiu bons resultados. E nem preciso te dizer que um time somente com jogadores medianos não é o roteiro para sucesso, apesar de às vezes funcionar.
Veja o United. Nele você encontra craques (Rooney, Giggs, Ferdinand, Vidic), ótimas promessas (De Gea, Fábio, Rafael, Welbeck) e jogadores medianos (Chicarito, Valência, Nani, Park, Evra). E a equipe funciona. Ganha títulos. E a maioria desses jogadores são inferiores a muitos do Arsenal. Por exemplo, van Persie é melhor que todos juntos, Wilshere é a melhor promessa, Szczesny é bem mais goleiro que De Gea, Sagna é muito superior a qualquer lateral deles, e mesmo assim sempre ficamos pra trás. O segredo é a mescla. A mistura de talento, segurança e genialidade. O Arsenal tem muito talento e a genialidade do van Persie, mas é comprometido pela falta de segurança de sua equipe. Perdemos jogos simples, mesmo com o gênio holandês em grande exibição.
Enfim, ao que parece, o Arsenal está mudando. A contratação de Podolski, outro jogador experiente, é mais um passo na direção da eficiência, da segurança, de alguém que sempre produzirá seu melhor, não irá alternar boas e más partidas, como acontece com Walcott ou Chamberlain. E, por enquanto, é disso que necessitamos.